*Pr. Evanildo Ferreira da Silva
“E dar-vos-ei pastores segundo o
meu coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência”. (JEREMIAS 3:15).
Esta promessa foi feita num contexto de profunda
desobediência, quando Israel havia virado as costas para o Senhor, prostituindo
de todas as formas perante outros deuses. Mesmo diante de tanta rebeldia Deus
levanta o profeta Jeremias a fim de ser a Sua voz perante o Seu povo. “Vai, pois, e apregoa estas palavras para o
lado norte, e dize: Volta, ó rebelde Israel, diz o SENHOR, e não farei cair a
minha ira sobre ti; porque misericordioso sou, diz o SENHOR, e não conservarei
para sempre a minha ira”. (JEREMIAS 3:12)
O que Deus queria era tão somente que Israel de
convertesse, abandonasse a sua prostituição e voltasse para Ele. “Convertei-vos, ó filhos rebeldes, diz o
SENHOR; pois eu vos desposei; e vos tomarei, a um de uma cidade, e a dois de
uma família; e vos levarei a Sião”. (Jeremias 3:12-14). A voz do profeta
Jeremias aponta o caminho da reconciliação, que inevitavelmente aconteceria com
base num sincero arrependimento. É aqui que a figura do pastor aparece: “E dar-vos-ei pastores segundo o meu
coração, os quais vos apascentarão com ciência e com inteligência”.
(JEREMIAS 3:15).
Estes
pastores prometidos viriam com duas características básicas: Apascentar com ciência e inteligência, ou com sabedoria
e entendimento. Os pastores segundo o
coração de Deus são aqueles que pastoreiam segundo a vontade de quem os chamou.
De acordo com a versão NVI, o pastor é entendido como aquele que governa: “Então eu lhes darei governantes conforme a
minha vontade, que os dirigirão com sabedoria e com entendimento”.
(JEREMIAS 3:15-16).
Está claro que esta não seria uma tarefa fácil,
considerando o estado de rebeldia e o contexto de desobediência do povo. Eis a
importância de uma autoridade que fosse constituída por Deus: “Dar-vos-ei...”. Mas mesmo tendo
consciência dessa autoridade espiritual, estes pastores iriam necessitar de
algumas habilidades essências para a condução desse rebanho tão diverso e tão
complexo. Sabedoria, entendimento, ciência e inteligência seriam as palavras
chaves para um pastoreio bem sucedido.
Pastorear
é uma ação de amor, e não o exercício de uma profissão. Foi o que Jesus
requereu do apóstolo Pedro quando o confrontou: “Pela terceira vez, ele lhe disse: Simão, filho de João, você me ama?
Pedro ficou magoado por Jesus lhe ter perguntado pela terceira vez: você me
ama? E lhe disse: Senhor, tu sabes todas as coisas e sabes que te amo.
Disse-lhe Jesus: Cuide das minhas ovelhas”. (JOÂO 21:17). A característica
fundamental do pastor é o amor expresso no cuidado para com as ovelhas. Jesus,
referindo-se a si mesmo como o sumo pastor, disse: "Eu
sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. (João 10:11).
Não há amor e cuidado maior que este expresso na fala do Mestre Jesus. Os
pastores segundo o coração de Deus, além de terem consciência da missão
recebida, a exercem movidos pela capacidade de amar e cuidar, nos mesmos moldes
do amor e do cuidado de Cristo por sua igreja.
São
estes os pastores que Deus Prometeu a seu povo. É importante ressaltar que esse
ministério não é uma invenção humana e, portanto, os princípios que norteiam
suas ações também são dados pelo Senhor. Cabe, portanto a cada pastor
sujeitar-se ao senhorio do Sumo Pastor,
e, a cada rebanho, submeter a autoridade de seus pastores, dedicando-lhes
duplicada honra. “Os presbíteros que
lideram bem a igreja são dignos de dupla honra, especialmente aqueles cujo
trabalho é a pregação e o ensino”. (1 TIMÓTEO 5:17).
*Pr.
Evanildo Ferreira da Silva
Pastor
da Igreja Batista Monte Sinai
Montes Claros, MG