sábado, 27 de novembro de 2010

União Conjugal - Os deveres Mútuos de Maridos e Esposas

União Conjugal
Os Deveres Mútuos de Maridos e Esposas

Pr. Evanildo Ferreira da Silva

O que está faltando mais no casamento hoje em dia? Uma pesquisa revela dados surpreendentes:

32% Respeito
20% Confiança
18% Compreensão
12% Amizade
10% Novidade
08% Carinho

Eu diria que nos casamentos de hoje está faltando a presença de Jesus, a fonte perene de vida e felicidade. Sem Jesus, aquele que tem todo o poder no Céu e na Terra, nenhuma instituição poderá subsistir, superar todos os desafios, lutas e provações, principalmente a mais antiga e mais tradicional instituição do Planeta, a Família, poderá subsistir em meio ao caos que a rodeia. É importante que lembremos alguns conceitos bíblicos, os quais nortearão a nossa compreensão do que de fato vem sustentando a família desde o seu surgimento.

Normalmente as relações comuns da vida são marcadas pelo egoísmo. Nas relações conjugais, principalmente, a preocupação está relacionada com o que o outro pode fazer para promover a minha felicidade. Raramente se vê um cônjuge se ocupando em promover a felicidade do outro. Isso porque os seres humanos, por natureza, têm uma conduta profundamente marcada pelo egoísmo. Este, porém, não é o plano de Deus para o casamento. No Princípio não foi assim. Infelizmente, com a entrada do pecado no mundo, todos os relacionamentos se tornaram imperfeitos e egoístas. Contudo, devemos buscar o principio original da união conjugal, a fim construirmos um ambiente de comunhão, harmonia, e felicidade.

“Disse mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só; far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”. (GÊNESIS 2:18).

No plano de Deus a relação conjugal é compartilhada e os papeis e tarefas são muito bem delineados. Temos aqui a figura De uma auxiliadora que fosse capaz de complementar o homem, se colocando ao seu lado em suas realizações.

Há, portanto, um plano de Deus ao unir um casal pelos laços do matrimônio. Os casais não devem levar seus desejos egoístas para o casamento. Num casamento conforme o plano de Deus não há espaço para a busca da satisfação pessoal. Na construção de um casamento feliz, ambos deverão buscar a realização do outro. Nós sabemos o que queremos do outro, mas raramente pensamos no que podemos fazer para que o outro seja também realizado, sobretudo, do ponto de vista da realização emocional. A satisfação pessoal de do cônjuge virá como conseqüência de sua doação em amor para com o outro.

Para que um casal atinja a sua plenitude relacional é necessário saber que a vida conjugal é constituída de direitos e deveres. Que cada um precisa saber e cumprir a sua parte na construção dessa relação, que inicia quando os dois se conhecem, e tem seu desenvolvimento enquanto viverem. A vida conjugal será uma constante aprendizagem.

Os deveres do Marido

1. O primeiro dever do marido é o de amar sua esposa. (e a esposa seu o marido)

“Maridos, amai vossa mulher, como também Cristo amou a igreja e a si mesmo se entregou por ela”, (EFÉSIOS 5:25).

O amor do marido pela esposa deverá ser semelhante ao amor de Cristo pela Igreja. Este amor foi capaz de se entregar totalmente. Quanto mais Cristo amou a sua igreja, mais ele se entregou por ela. Trata-se do amor AGAPE, o amor sacrificial, o mor que é pura doação, o amor que não exige nada em troca. É primeiramente com este amor que o marido deverá amar a sua esposa.

O amor do marido deverá ser também medido através do amor que ele tem por si mesmo. Quem não se ama é incapaz de amar o outro.

“Assim também os maridos devem amar a sua mulher como ao próprio corpo. Quem ama a esposa a si mesmo se ama. Porque ninguém jamais odiou a própria carne; antes, a alimenta e dela cuida, como também Cristo o faz com a igreja”; (EFÉSIOS 5:28-29).

“Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”. (EFÉSIOS 5:33).

Percebemos que o amor do marido para com a sua esposa é um mandamento divino e a base fundamental para a realização de um casamento saudável.


2. O marido deve ser o cabeça da família.

“porque o marido é o cabeça da mulher, como também Cristo é o cabeça da igreja, sendo este mesmo o salvador do corpo”. (EFÉSIOS 5:23).

Essa talvez seja a parte mais difícil atribuída ao marido no casamento. Está nas mãos dele o poder das decisões finais. Ele é responsável pelo direcionamento da família nas decisões a serem tomadas. Como sacerdote da casa, ele representa a família perante Deus. Assim escreveu o apóstolo Paulo aos coríntios:

“Quero, entretanto, que saibais ser Cristo o cabeça de todo homem, e o homem, o cabeça da mulher, e Deus, o cabeça de Cristo”. (I CORINTIOS 11:3)

Há uma ordem hierárquica natural estabelecida por Deus a fim de que a família tenha uma direção segura, e que, quando alterada, ou invertida, produzirá sérios transtornos ao equilíbrio familiar.

Como cabeça da mulher, o marido deverá exercer a função de presidente da sociedade conjugal. Nesse sentido, compete também ao marido a liderança espiritual de sua família. Ele responderá diante de Deus quanto o destino espiritual que deu ou dará à sua família.


3. O marido deve considerar a mulher a parte mais frágil

“Maridos, vós, igualmente, vivei a vida comum do lar, com discernimento; e, tendo consideração para com a vossa mulher como parte mais frágil, tratai-a com dignidade, porque sois, juntamente, herdeiros da mesma graça de vida, para que não se interrompam as vossas orações”. (I PEDRO 3:7).

A mulher foi tirada da costela do homem a fim de se colocar do seu lado e receber dele cuidado e proteção. Toda mulher tem a expectativa de ser amada, protegida e cuidada pelo marido.


Os deveres da Esposa

Mencionaremos agora pelo menos três deveres atribuídos à mulher para o desenvolvimento deste maior empreendimento social já visto em toda a terra.


1. O primeiro dever da esposa é o da submissão

Uma boa parte das mulheres tem dificuldades de entender o significado desta maravilhosa arte que é a submissão. Algumas pensam que ser submissa é ser subjugada pelo marido, é ser escrava das vontades do marido. Isso é um grande equívoco. Esse não é o pensamento da Bíblia. Submissão é algo inteligente. A palavra submissão refere-se a uma sub-missão, uma missão paralela à missão do marido. Não se trata de uma missão inferior ou menos importante. É tão necessária quanto à missão do marido. O nome dado por Deus a essa condição da mulher no casamento é ADJUTORA. É o mesmo que auxiliadora. Esta missão é insubstituível e intransferível. A mulher exerce o importante papel de administradora do lar, esposa e mãe. Algumas mulheres têm até jornada tripla: trabalham no período da manhã, tarde, e a noite ainda cuida da casa do marido e dos filhos. É evidente que esse excesso de trabalho revela um acúmulo de funções, e isso não é o ideal para a mulher. Nesse caso, algo precisa ser revisto na distribuição dos papeis sociais

Segundo o conceito bíblico a mulher é uma auxiliadora do marido, ela complementa o marido. Tudo foi muito bem planejado por Deus e é assim que deverá ser a estrutura de toda a família na terra. Seus papeis sociais precisam ser bem definidos e aplicados ou, do contrário, o casamento irá inevitavelmente ruir e seu inevitável fracasso acontecerá.

O modelo de submissão encontrado na Bíblia segue um padrão preestabelecido. A mulher deverá ser submissa ao marido na mesma medida de sua submissão ao Senhor e na mesma proporção em que a igreja está submissa a Cristo.

“As mulheres sejam submissas ao seu próprio marido, como ao Senhor”; (EFESIOS 5:22)

“Como, porém, a igreja está sujeita a Cristo, assim também as mulheres sejam em tudo submissas ao seu marido”. (EFESIOS 5:24).



2. O segundo dever atribuído às mulheres é o de respeitar o marido

“Assim também vós, cada um em particular ame a sua própria mulher como a si mesmo, e a mulher reverencie o marido”. (EFÉSIOS 5:33).

Respeito no trato e no comportamento. Algumas mulheres tratam a seus maridos como se nada valessem, como se fossem inúteis, às vezes são ridicularizados diante das pessoas. Não convém que seja assim. O texto bíblico disse que é dever da mulher reverenciar a seu marido, ele é o sacerdote do lar, é o presidente da família. Todo marido tem o direito de ser tratado dignamente pela sua esposa e de ser honrado pelos filhos.

3. O terceiro dever atribuído á esposa é o de amar a seu marido e a seus filhos de forma abnegada.

“a fim de instruírem as jovens recém-casadas a amarem ao marido e a seus filhos, a serem sensatas, honestas, boas donas de casa, bondosas, sujeitas ao marido, para que a palavra de Deus não seja difamada”. (TITO 2:4-5)

É também dever da mulher amar a seu marido e este amor deverá ser na mesma medida do amor de Cristo pela igreja, assim como a sua submissão ao marido também deverá seguir essa mesma lógica.

Há uma falsa expectativa de que no casamento eu vou encontrar finalmente a felicidade plena. Todo o que vive essa expectativa poderá vir a se decepcionar. A busca pela felicidade é algo que vem acompanhando a humanidade desde os primórdios. O desafio do casal no casamento não deverá ser o de promover a própria felicidade, e sim a felicidade de outro. A felicidade virá através de uma constante relação de troca. Na proporção que amo, serei amado. Na mesma proporção em que promover a felicidade do outro, assim também receberei. É importante lembrar que a iniciativa deverá ser sempre minha.

Conclusão

Consideremos esses deveres básicos para a organização e estruturação de um casamento bem-sucedido.

Dos deveres do marido:

1. O primeiro dever do marido é o de amar sua esposa. (e a esposa seu o marido)

2. O marido deve ser o cabeça da família.

3. O marido deve considerar a mulher a parte mais frágil

Dos deveres da mulher:

1. O primeiro dever da esposa é o da submissão

2. O segundo dever atribuído às mulheres é o de respeitar o marido

3. O terceiro dever atribuído á esposa é o de amar a seu marido e a seus filhos de forma abnegada.

Lembrem-se sempre da instrução do Senhor e coloquem-na em primeiro plano enquanto viverem. Enquanto o Senhor Jesus for o centro dessa união vocês serão bem-sucedidos e felizes.

Deixo com vocês as palavras do Apóstolo Paulo em sua primeira carta aos Coríntios capítulo treze, versos quatro a oito pare A.

“O amor é paciente, é benigno; o amor não arde em ciúmes, não se ufana (envaidece), não se ensoberbece”, (v.4)

“não se conduz inconvenientemente, não procura os seus interesses, não se exaspera, não se ressente do mal”; (v.5)

“não se alegra com a injustiça, mas regozija-se com a verdade”; (v.6)

“tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta”. (V.7)

“O amor jamais acaba; mas, havendo profecias, desaparecerão; havendo línguas, cessarão; havendo ciência, passará”; (v.8).

Que Deus conceda a vocês uma vida conjugal estável, feliz e frutífera, até que a morte os separe.

Amém

Pastor da Igreja Batista Monte Sinai
Montes Claros, MG