segunda-feira, 9 de junho de 2008

Missões Uma Jornada de Fé

Missões – Uma Jornada de Fé


*Evanildo Ferreira da Silva


“Não ocultei no coração a tua justiça; proclamei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade”. (SALMO 40:10).

Introdução

Um sério problema vem afetando inúmeras igrejas cristãs nas últimas décadas. Parece estar havendo um distanciamento do sentido original da missão que o Senhor Jesus confiou à sua igreja. A pergunta que nunca se cala é: Por que a maioria dos crentes não se envolve efetivamente nas atividades evangelísticas regulares de suas igrejas? Poderíamos apresentar diversas justificativas para essa realidade. Mas o que está mais evidente é, de fato, o desconhecimento e o distanciamento da verdade.

Sobre o problema da verdade, é importante analisarmos a pergunta feita por Pilatos a Jesus. Jesus havia dito a ele: “Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (JOÃO 18:37). À luz desta declaração de Jesus, Pilatos então pergunta: “Que é verdade?”. Com esta pergunta ele, cinicamente, levantou a maior dúvida da filosofia, que era a discussão sobre a verdade, o logos (λογος), “razão demonstrativa”. Parafraseando, Pilatos estava dizendo: Você veio dar testemunho de que verdade? Enquanto que para Pilatos a verdade era um objeto, para Jesus, a verdade era uma pessoa. A pergunta seria mais pertinente se o “quem” tivesse sido usado em lugar de “que”. A pergunta mudaria, então, para: “Quem é a verdade?”. A esta pergunta responderíamos: A verdade é uma pessoa, Jesus é a verdade. Essa compreensão estava longe da mente de Pilatos. Tanto é verdade, que ele mudou de assunto rapidamente e não se interessou em ouvir a resposta de Jesus. Sua atitude revelou um absoluto desconhecimento da Verdade

Uma igreja conhecedora da verdade, mas que dela se distanciou, perdeu, conseqüentemente, o sentido de sua existência no mundo. Jesus é o logos divino, é a verdade em sua essência. Anunciar Cristo é anunciar a verdade libertadora. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (JOÃO 8:31-32). A primeira coisa a se fazer é retornar ao principio fundamental da Verdade que é Cristo. Somente assim poderemos estar inseridos na Grande Comissão. Isso exigirá uma entrega incondicional ao serviço do Mestre e segui-lo fielmente. George Peters, descrevendo sobre os que querem seguir a Cristo, disse: “Seguir a Cristo significa identificarmos diariamente a totalidade de nossa vida com a totalidade da vida de Cristo”. (PETERS, 2001). Seguir a cristo, portanto, exigirá de cada discípulo um relacionamento de amor contínuo com o Senhor, que seja real, pessoal e prático. Na medida em que isso for acontecendo, a identidade de Cristo começará a aparecer na vida de seus discípulos. A partir daí, a Verdade não será apenas anunciada, mas, principalmente vivenciada através de cada discípulo.

I

Uma jornada de fé vivendo a verdade que liberta



O principal ponto que gostaria de apresentar nesse primeiro momento, está relacionado mais uma vez à questão da verdade, a verdade que liberta. E se é uma verdade libertadora, logo, está intimamente ligada à responsabilidade. Nesse sentido, verdade, liberdade e responsabilidade não podem se separar.

O Cristianismo, portanto, precisa receber este novo olhar, ou melhor, o antigo olhar projetado pelo Senhor Jesus. A verdade aqui, do grego, Alethéia, possui uma íntima conexão com a liberdade. Quando Jesus fala sobre a Verdade, associa esta Verdade imediata e diretamente à liberdade: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

A filosofia existencialista de Paul Sartre diz que “o homem está condenado a ser livre”. Condenado, porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. Para Sartre, ser livre é uma condição para a existência humana, e que a sua existência precede a essência. No uso de sua liberdade o homem é responsável por fazer o bem e, qualquer ação que venha a realizar, que não busque o bem comum, é por ele considerado má fé. O ser humano vive, portanto a angustia de ter nas suas ações o modelo para todos os demais seres humanos. Para Sartre, Deus não existe e o homem só precisa de si mesmo. Não necessita, portanto, de nenhum referencial ético moral ou religioso como fundamento para se orientar no exercício da prática do bem. Ele constrói sua própria existência a partir de si mesmo.

O pensamento cristão contrapõe a esse tipo de existencialismo. Para o cristão, a essência precede a existência, ou seja, há um princípio criador que determina a existência humana. Deus é esse princípio, e é ele mesmo quem estabelece os padrões morais para a existência humana. Assim, podemos perceber que há um outro conceito de liberdade, e este, está associado à Verdade que é Cristo. “... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Segundo o pensamento cristão, o existencialismo sartreano é um atentado contra o próprio Cristo e à moral do Evangelho. O cristianismo, então, descreve a liberdade como produto da ação libertadora do filho de Deus. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

De posse dessa compreensão, nossa noção de liberdade não poderá ser separada da Verdade que é Cristo. Somente Cristo liberta verdadeiramente. Somente Cristo nos faz gente, nos faz pessoa. A dignidade humana, portanto, é restaurada na pessoa de Cristo, e nós, que já o experimentamos, nos tornamos responsáveis diretos pela vivência desta verdade libertadora. Viver a verdade que liberta é viver o próprio Cristo em sua essência. Assim afirmou o professor Roberto Crema: “Um ser humano pleno é aquele cuja essência se manifesta na existência”. Se a essência, de fato, se manifesta na existência, cada cristão que tenha passado por uma experiência pessoal com Cristo, a essência da vida, terá a Verdade fluindo do seu interior. Assim, deverá viver essa Verdade da forma mais prática possível. Somente assim poderá produzir libertação a si próprio, e também a outros.

É justamente na medida em que se vive como pessoa que se pode entender a visão cristã. Não esqueçamos que o conceito de Trindade, que é essencial no Cristianismo, consiste precisamente em uma interpretação pessoal de Deus, tão pessoal que é tri-pessoal; isto é: há relações pessoais até dentro da divindade, há uma vida divina que tem uma característica intrinsecamente pessoal. E isto é de capital importância. Essa relação pessoal nos remete a um princípio básico da fé cristã: O novo nascimento. Será através desse princípio fundamental que experimentaremos o verdadeiro evangelho de Cristo.


II

Uma jornada de fé através do verdadeiro evangelho de Cristo


A igreja de Cristo ocupa essa função de produzir uma fé que não se limita nem pode ser aprisionada pelo prazer dos atos litúrgicos em seus “espaços sagrados”. Há um mundo marginalizado à sua volta que sofre e clama por socorro; que geme aguardando a manifestação dos filhos de Deus. Em resposta a esse clamor, o Senhor Deus espera que olhemos para o mundo com o mesmo olhar que Ele tem olhado. Jesus fez assim, quando tomou a forma humana e se misturou com os seres humanos identificando-se com os seus sofrimentos e suas angustias.

Jesus usou a maior parte do seu tempo ensinando doze homens a reproduzirem a verdadeira fé. Sua escola era o mundo, as salas de aulas eram as ruas e o quadro de giz, a sua própria vida. Seus alunos eram as multidões famintas, cansadas e oprimidas, às quais ele dizia: “Venha a mim e eu aliviarei o vosso sofrimento”.

O maior exemplo de uma Igreja viva encontramos em Jesus. Sua igreja sempre estava onde o povo estava; inserida na vida cotidiana de um povo desalentado e sem esperança. Não veio chamar os justos e sim, pecadores ao arrependimento. Não veio para os sãos e sim para os doentes. Por isso ele era achado na maior parte do tempo em meio às multidões oprimidas pelo pecado.

Uma igreja verdadeiramente evangélica é aquela que se ocupa da evangelização. Mas o que é evangelizar? “Evangelizar é: viver com o outro, morrer com o outro para salvar o outro”. O Senhor Jesus espera que a igreja que ele edificou, comprando-a com o seu próprio sangue, seja fiel cumpridora dessa missão inacabada, a missão de propiciar uma vida com dignidade para todos os perdidos, oprimidos e marginalizados.

Para Jesus, cada ser humano era de extraordinário valor, principalmente aqueles para os quais ele mandou dizer a João que o evangelho era pregado: “Aos pobres é anunciado o evangelho”.

Os pecadores eram sua principal preocupação, e via a cada um como gente e não como coisa. A humanidade tem vivido hoje o drama da coisificação do ser, perdendo a cada momento a sua dignidade. Eis a importância da missão integral da igreja do Senhor. Além de vivenciarmos o verdadeiro evangelho de Cristo, e isso de forma prática, precisamos compreender que temos um propósito bem definido: restaurar a dignidade humana.


III

Uma jornada de fé a serviço da dignidade humana


Vê-se que o homem não é coisa; sim, ele tem coisas, faz sua vida com coisas, mas em nenhum sentido ele é coisa... Tem, em certo modo - na medida em que é corpóreo, em que é alguém corporal - uma dimensão natural, isto é fundamental, também. Mas, ele não é nenhuma coisa; ele é perspectiva, é projeto, é missão, é vida constituída da imagem e semelhança de Deus.

Pensar a igreja a partir de Jesus é pensar uma religião que cumpra sua missão de forma integral e que busque o ser humano em sua totalidade. O modelo de igreja cristã que precisamos buscar hoje é o mesmo ensinado pelo próprio Cristo: Uma igreja que seja capaz de olhar o ser humano como humano e não como coisa.

Temos, então, enquanto igreja de Jesus, a responsabilidade de comunicar um evangelho destinado aos pobres, às multidões aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. Assumir a causa do pobre, do órfão, das viúvas é vivenciar a verdadeira religião. O Senhor Jesus acreditava tanto nisto que não conseguia se apartar das multidões. Estava nEle o compromisso de participar diretamente da dor e do sofrimento de todos os que a Ele se achegavam. Mas não somente isto, Jesus interferia no caminho dos oprimidos, a fim de restaurar-lhes a dignidade.

“Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho”. (MATEUS 11:3-5)

Portadora desta Verdade que liberta, o que a igreja tem feito? Costumo perguntar aos crentes: O que a sua igreja tem feito de meia noite às seis? A resposta tem sido sempre a mesma: - “De meia noite às seis, dormimos”. Hoje já tenho outro questionamento: O que a sua igreja está fazendo de seis à meia noite? A resposta é quase a mesma: - “Durante o dia trabalhamos e à noite estudamos, dormimos ou vamos à igreja”.

Vamos personalizar essa pergunta: O que eu, como igreja de Jesus, tenho feito de seis à meia noite?

Como discípulos de Jesus precisamos ter plena consciência da extensão da Missão. Assim, tenho que me perguntar: Quem vai tirar os moradores das calçadas e das pontes? Como conseguimos dormir profundamente, sabendo que existem pessoas ao relento? Como conseguimos almoçar sossegadamente sabendo que em nossa cidade há pessoas que não têm o que comer? O que estou fazendo para minimizar o sofrimento dessas pessoas. “O que estou fazendo, se sou cristão, se cristo deu-me o seu perdão...”.

Muitos dos pais da igreja foram mortos por acreditarem neste evangelho libertador, o evangelho que salva, que cura e liberta. Crer no Evangelho de Cristo é muito mais do que crer na força de uma ideologia, como muitos o fizeram enfrentando sistemas e regimes políticos altamente opressores. O livro a Era dos Mártires relata o testemunho de centenas de pessoas que foram mortas por defenderem o Evangelho de Cristo, por crerem que em Cristo é possível viver uma vida liberta da escravidão.

Entre os anos de 1964 a 1995, 1700 líderes morreram defendendo a cousa dos pobres, desempregados e injustiçados. Líderes sindicais, religiosos, homens e mulheres que decidiram defender a causa dos oprimidos. Eles fizeram de suas vidas verdadeiros instrumentos libertadores das classes desfavorecidas.

Mas e quanto ao verdadeiro evangelho de Cristo, o que podemos dizer? O grande problema é que temos vivido uma religião apontada apenas para o Céu, nos esquecendo do que disse o Senhor Jesus: Seja feita a tua vontade assim na terra como no Céu. Mas a verdadeira igreja e os verdadeiros crentes são aqueles que exercitam a fé com um olho na Bíblia e o outro na vida.

Jesus expressa bem isso na Parábola do Bom Samaritano, quando condenou a hipocrisia na religião judaica, uma religião liturgicamente perfeita, porém distanciada da Vida. Nessa parábola, o Mestre estava ensinando uma nova ordem religiosa, que não estava presa ao templo, uma religião que se importava com a vida das pessoas.

A Igreja de Jesus era assim: Vivia a serviço do próximo. Nesse sentido precisamos voltar ao passado e aprender um pouco com o mestre Jesus. O serviço ao próximo é algo tão sério que Ele dedicou alguns versos escatológicos importantíssimos a esse respeito:

“Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”. (MATEUS 25:34-36).

Neste texto, Jesus está se referindo ao Juízo Final, e também mostrando através dele algumas atitudes que serão consideradas naquele dia. Ele fala sobre os da direita e os da esquerda, sendo que, os que forem colocados à direta, serão os herdeiros do Reino. Os da direita, particularmente neste texto terão como parâmetro para o Juízo as suas obras realizadas no mundo presente. Há, portanto, uma missão a ser cumprida na terra.

Ninguém é liberto por Cristo da escravidão do pecado para se tornar um mero expectador dos cultos. Somos libertos para libertar a outros. Enquanto igrejas do Senhor Jesus, nós temos a missão de libertar os cativos de seus cativeiros. Jesus disse que somos responsáveis diretos nesse processo libertador e isso é colocado por Ele como um fator identificador para a posse do Reino dos Céus.

Disse o teólogo Gustavo Gutierrez: “A terra é o lugar de encontro de Deus com as criaturas humanas”. Segundo a visão deste teólogo, é neste mundo e não na eternidade que desenvolveremos nossa espiritualidade e o nosso serviço cristão. O monge tibetano Dalai-Lama disse: “Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor”.

Jesus diz aos seus discípulos que servir ao próximo é servir ao próprio Cristo:

“Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. (MATEUS 25:37-40).

Um cristianismo que não liberta, deixa de ser cristianismo. Um cristão que diz ter fé e ainda não descobriu o mundo do outro, não sabe o que é ser de Cristo. Descobrir o mundo do outro é descobrir o próprio Cristo. Por isso Jesus coloca este peso de seriedade nos parâmetros do Juízo Final. Omissão de socorro é considerado por Jesus como falta grave.

Há muitos cristãos que ainda não experimentaram a liberdade em Cristo, Estão presos às suas ignorâncias, preconceitos, vivendo um cristianismo que não sai do papel. Se, pois, é a Verdade que liberta, por que a Verdade que está em mim não está produzindo libertação no outro. Até quando?

Há também aqueles que são verdadeiros consumidores de culto. Consomem as energias do pregador, as mensagens, a água e a luz do templo, etc. São incapazes de fazer qualquer coisa que contribua para o reino. São legítimos parasitas. Estes não são livres e, portanto, são infrutíferos. A estes o Senhor Jesus tem a seguinte declaração:


“Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”. (MATEUS 25:41-46)

O Evangelho de Cristo, a verdade que liberta, traz consigo a doce e sublime promessa: “Se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (JOÃO 8:36).


Conclusão


Missões é, de fato, uma jornada de fé, mas nunca algo utópico, um sonho impossível de ser realizado. Devemos considerar em primeira mão aquele que é o Senhor da missão e estarmos unidos a ele sempre. Somos portadores da verdade que liberta e precisamos vivê-la de forma integral. Precisamos também entender que a igreja do Senhor é devedora do anuncio do verdadeiro evangelho de Cristo, e que a dinâmica do anúncio nos remete à compreensão de uma igreja mais viva e inserida na vida cotidiana do povo. Como já mencionado anteriormente, “evangelizar é: viver com o outro, morrer com o outro para salvar o outro”. Este é o exemplo que encontramos em Jesus e, como sua igreja ativa e operante na terra, precisamos reproduzi-lo.

A igreja de Jesus precisa rever o seu conceito de “Missão” e entender que o seu trabalho é o de salvar o homem integral e não somente a sua alma. Assim, deverá inserir em seu programa missionário a visão integral de missões. Deverá investir no resgate de um ser humano escravo de suas angustias, dores e sofrimentos. Para que isso se torne possível deverá, antes de tudo, descobrir o mundo do outro. “Ninguém consegue tirar alguém da lama sem sujar as mãos”. Jesus foi duramente criticado por se misturar com os pecadores, mas, consciente de sua missão, respondeu seguramente: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento”. (LUCAS 5:31-32).

*Evanildo Ferreira da Silva
Pastor da Igreja Batista Monte Sinai
Montes Claros, MG.