sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Mini-curso de Informática na Educação

A Unimontes Realizou no mês de setembro de 2008 um mini-curso de Informática aplicada à Educação. Participaram diversos professores, dentre eles alguns cursistas do Mídias. Tivemos momentos de crescimento e contato com novas abordagens pedagógicas, possibilitando a utilização de programas interativos e atraentes ao universo da criança e do adolescente. Parabéns à Unimontes pela iniciativa, e aos participantes, muito sucesso.

Evanildo Ferreira da Silva

terça-feira, 28 de outubro de 2008

Administração da Vida

Por Rick Warren

Por que será que o tempo se arrasta quando queremos que ele passe rapidamente e voa quando precisamos que ele demore mais? Definitivamente o tempo não é muito cooperativo. Ainda assim, o tempo é o grande "igualador": todos nós possuímos a mesma quantidade.
A diferença entre pessoas comuns e as bem-sucedidas é que estas administram seu tempo sabiamente. Ao invés de desperdiçar ou gastar tempo, elas o investem. Extraem o máximo de cada momento. Como está escrito na Bíblia: “Sejam sábios no procedimento... aproveitem ao máximo todas as oportunidades” (Colossenses 4.5).
Neste século XXI as pessoas estão compreendendo que tempo é mais importante que dinheiro. Dinheiro é recurso renovável: sempre haverá onde conseguir mais. Ao contrário do dinheiro, tempo é recurso limitado. Você tem apenas uma porção de tempo para sua vida. Quando for usada, acabou-se!
Seu tempo é sua vida. Ao dar seu dinheiro a alguém, você estará dando algo que pode ser substituído. Mas quando dá seu tempo, deu parte de sua vida. Pensando nestes termos compreende-se que administração do tempo é, na verdade, administração da vida.
A Bíblia tem o seguinte a dizer sobre isso:“Vivam com o devido senso de responsabilidade... como pessoas que conhecem o significado da vida... Façam o melhor uso do seu tempo. Não sejam indecisos, mas agarrem firmemente o que saibam ser a vontade de Deus” (Efésios 5.15-17). Eu resumo estes versículos da seguinte maneira:
. Analise seu estilo de vida! Saiba para onde está indo o seu tempo. Você o está investindo para colher dividendos futuros, ou o está desperdiçando, perdendo-o para sempre?
. Utilize o presente! Extraia o máximo do momento presente, usando-o para obter o melhor benefício. Procrastinação é hábito muito dispendioso e totalmente improdutivo. O que você deixa para amanhã pode nunca ser feito, se surgirem outras questões mais prementes para tumultuar sua agenda.
. Reconheça o que é importante! Concentre seu foco em prioridades duradouras. Isto não quer dizer apenas evitar as coisas erradas. Existem muitas coisas que podemos fazer e são boas.
Será, porém, que não existem coisas melhores para serem feitas, que talvez ninguém mais possa fazer?

Questões Para Reflexão ou Discussão
1. Qual sua explicação para o fato que o tempo é curto quando precisamos dele e se arrasta quando queremos que ele passe rápido?
2. Como avaliaria o uso do seu tempo no trabalho e na vida pessoal? Acha que tem usado seu tempo com sabedoria, ou tem desperdiçado boa parte dele?
3. O autor afirma que “administração do tempo é na verdade administração da vida”. Qual sua opinião?
4. Quais os grandes desafios com que você se depara no uso apropriado do tempo que dispõe diariamente?
Se desejar considerar outras passagens da Bíblia relacionadas com o tema veja: Salmos 89.47-48; Eclesiastes 3.1-8; II Coríntios 6.2; Efésios 5.15-16.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Jesus - Modelo de Mestre


Ele era claro, preciso, objetivo; seu quadro negro era o chão, o giz seu próprio dedo.

Usava como ilustração o que mais perto estava e à vista de todos: como uma árvore, a natureza, uma criança...

Tinha apenas duas turmas de alunos: Os doze e a multidão.

Sua sala de aula tinha por teto o céu e por banco a própria relva.

Dava, às vezes, aulas particulares, como à Samaritana,

Aulas áudio visuais, enquanto caminhava; aulas diurnas, noturnas, como a Nicodemos. Ensinava no mar e em terra firme, no monte e em casa, no templo ou caminhando.

O esboço de suas aulas estava em sua própria mente; preparava-o, preparando-se em oração ao Pai.

Incansável Mestre, seu tempo de ensinar era sempre.


(Maria Tereza de Oliveira Vieira)

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

A Vida e o Tempo


A vida humana está intimamente relacionada ao tempo. Não dá para pensarmos a existência humana sem antes colocá-la na dimensão temporal, finita, passageira, embora nela esteja inequivocamente a realidade da transcendência. A imagem e semelhança de Deus, parte integrante de cada ser humano, o impulsiona a não somente transpor a barreira da temporalidade, mas também à louca tentativa de viver como se o tempo não existisse, ou como se ele próprio fosse o criador e senhor do tempo.

Se não podemos desvencilhar uma coisa da outra, uma vez que, um e outro, vida e tempo se consomem no decurso da existência, percebemos a vida se consumindo diante do tempo, e o tempo se deixando consumir pela vida. Assim, compete-nos ao menos a tentativa de estabelecer uma co-relação entre essas dimensões e encontrarmos um ponto de sensatez, considerando, sobretudo, as atividades humanas elementos primordiais à dinâmica de construção da existência terrena, sem se apartar, no entanto, da perspectiva eterna inerente à natureza humana.

Nesta perspectiva, percebemos um ser humano que luta contra o tempo, que anseia o não envelhecimento, que rejeita a decadência e a morte a todo o custo, que recusa a realidade do tempo, o qual não pede passagem. Percebemos um ser humano que não quer apenas não envelhecer, mas que também não quer morrer; quer sim, ser eterno, como Deus é eterno. Disse o sábio Salomão: “Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade”. (ECLESIASTES, 12:8). A verdade é que, quer queiramos ou não, a vida passa, o mundo passa, as pessoas passam, crescemos, amadurecemos, envelhecemos... Somente o tempo, o “kairos” divino, não envelhece, uma vez que ocupa a dimensão da transcendência, a dimensão do Eterno.

Mas na relação vida e tempo, há uma parte que nos cabe, e que não nos será tirada: A liberdade. Liberdade de ser, de existir, de sonhar, de conquistar, de progredir, de amar, amar e ser amado. Doce liberdade. Liberdade de viver o presente com intensidade sem se deixar consumir pela decepção de um passado que já não é, nem pela ansiedade de um incerto amanhã. Viver o presente, embora este seja um instante efêmero, vivê-lo como se fosse a própria eternidade, dimensão da plenitude divina, ou, do contrário, deixaremos de viver.

É hora de refletirmos no verdadeiro sentido da vida à luz de um tempo que não volta mais, e de um amanhã que poderá não existir. É hora de aceitarmos que o que passou, passou, e que o que foi não voltará a ser. É hora de repensarmos o nosso presente e começarmos a dar a ele um novo significado, sabedores de que a vida é gratuidade e que Deus sempre é Presente, porque para ele, passado presente e futuro são a mesma coisa. Que Ele seja glorificado a cada momento em que vivermos. E que nesta dinâmica da vida sua presença seja vista em cada um de nós de forma viva, significativa e contagiante.

Evanildo Ferreira da Silva

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Hora de Votar


Este é um dos momentos mais significativos na vida de um Povo, País, Estado, Cidade ou qualquer outra instituição que vive a experiência da democracia. Votar é um exercício de cidadania. Mas a questão está em quem votar. No livro de Romanos aprendemos que toda autoridade é constituída por Deus e que é nosso dever nos sujeitarmos a ela.

No sistema democrático, eu e você somos convocados a eleger as pessoas que irão governar a Cidade. Nós, então, somos constituídos por Deus para nomearmos as pessoas que nos representarão neste governo. Assim, eu e você governaremos a Cidade através dos representantes que elegeremos através do voto.

Somos livres para votar em quem quisermos, somos livres para anular o nosso voto e até votar em branco. Mas entendamos que votar em branco ou votar nulo como um sinal de protesto, ou por “falta de opção”, pode caracterizar omissão, e a omissão, segundo a Bíblia, é pecado.

Comenta-se que o Brasil está enfiado em um mar de corrupção e descaso, onde quem sofre com isso é a população, porém a grande culpa desta situação é da própria população, desinformada e desinteressada e às vezes omissa. Não dá para fecharmos os olhos diante da realidade política da nossa nação e, sobretudo, do nosso município.

Moisés foi um grande legislador e também um grande líder, o maior da história do povo Hebreu. As condições para se liderar em seu tempo eram bastante precárias, no entanto ele fez um excelente governo. Mas Moisés não conseguiu governar sozinho foi necessário criar uma boa assessoria constituída de líderes qualificados. Algumas características foram exigidas na escolha de seus auxiliares: Os líderes deveriam ter conhecimento, serem tementes a Deus e precisavam ser homens de caráter.

Agora já temos pelo menos três parâmetros para a escolha do candidato, de quem irá governar a nossa cidade. Serão quatro anos de governo que até então está em nossas mãos a liberdade e o dever de escolhermos bem os nossos representantes. Lembremos que, seja este ou aquele, ou outro qualquer, através do voto, nós nos colocaremos no poder e governaremos através daqueles que elegermos. É hora do voto consciente. O futuro de nossa cidade está em nossas mãos, e continuará nos próximos quatro anos.


Evanildo Ferreira da Silva

domingo, 21 de setembro de 2008

Ciência e fé são compatíveis?
Karl Heinz Kienitz i

Nosso cotidiano é profundamente influenciado pela ciência. Percebemos isto ao atentar para o copo d'água tratada que bebemos ou ao telefone celular com o qual nos comunicamos. Mas também a fé tem profundo impacto em nossas vidas. Max Planck, pai da teoria quântica e ganhador do prêmio Nobel de Física de 1919, testemunha que “... desde a infância a fé firme e inabalável no Todo Poderoso e Todo Bondoso tem profundas raízes em mim. Decerto Seus caminhos não são nossos caminhos; mas a confiança Nele nos ajuda a vencer as provações mais difíceis.”
ii A importância da fé foi também reconhecida pelo pintor impressionista Auguste Renoir, que ao comentar certas obras de grandes pintores disse: “Nas obras de antigos mestres jaz uma confiança suave, serena. Ela provém duma conduta despretensiosa, simples, que não existiria sem a fé religiosa como motivo primeiro. O homem moderno, porém, enxotou Deus - e assim perdeu segurança.”
O “enxotar Deus”, como Renoir o expressou, é também motivo para propagar um falso conflito entre fé e ciência. Este falso conflito é contundentemente denunciado pelo sociólogo Rodney Stark, que com base em pesquisas sólidas demonstra a inverdade e o forte viés ideológico de afirmações como “fé religiosa é uma manifestação primitiva que desaparece com o a difusão da ciência e tecnologia”, “religião é oriunda de ilusões e neuroses” ou “religião é, genericamente, instrumento de manipulação”iii. Richard Feynman (prêmio Nobel de Física de 1965), embora não-cristão, concorda que “muitos cientistas crêem na ciência e em Deus, o Deus da revelação, de uma forma perfeitamente consistente.”
De fato podemos citar muitos cientistas que consistentemente combina(ra)m uma fé bíblica e uma atividade científica de ponta. Por falta de espaço irei citar apenas mais três.
André Marie Ampère, cujo nome ficou para sempre associado à unidade de corrente elétrica, recomenda: “Estude as coisas deste mundo, é tua profissão; mas olha-as apenas com um olho e fita o outro permanentemente na luz eterna ... Escreva apenas com uma mão; com a outra te segura na veste de Deus assim como uma criança se segura na veste de seu pai.”
Louis Pasteur, o grande microbiólogo francês do século XIX, entendia a busca pela verdade na ciência e na fé como interrelacionadas e afirmou: “Proclamo Jesus como filho de Deus em nome da ciência. Meu espírito científico, que dá grande valor à relação entre causa e efeito, compromete-me a reconhecer que, se ele não o fosse, eu não mais saberia quem ele é ... Suas palavras são divinas, sua vida é divina, e foi dito com razão que existem equações morais assim como existem equações matemáticas.”
Arthur L. Schawlow, prêmio Nobel de Física de 1981, disse: “... eu encontro uma necessidade por Deus no universo e em minha própria vida ... Somos afortunados em termos a Bíblia, e especialmente o Novo Testamento, que nos fala sobre Deus em termos humanos muito acessíveis, embora também nos deixe algumas coisas difíceis de entender.”
No Novo Testamento, que nos fala de Deus e de sua manifestação visível em Jesus Cristo, o apóstolo Pedro diz: “não seguimos fábulas engenhosamente inventadas, quando lhes falamos a respeito do poder e da vinda de nosso Senhor Jesus Cristo; pelo contrário, nós fomos testemunhas oculares da sua majestade.” (2. Pedro 1: 16) Esta preocupação com a autenticidade e a verdade é comum a todos os textos da Bíblia e torna sua mensagem tão compatível com a ciência praticada por cientistas como Ampère, Pasteur e Schawlow.iv
Última revisão: 6 de março de 2008

i Karl Heinz Kienitz recebeu o doutorado em Engenharia Elétrica pela Escola Politécnica de Zurique, Suíça, em 1990. É professor da Divisão de Engenharia Eletrônica do Instituto Tecnológico de Aeronáutica.
ii As citações usadas neste artigo foram extraídas da coletânea disponibilizada por Wolf-Ekkehard Lönnig em http://www.weloennig.de/Nobelpreistraeger.pdf (versão de 6.11.2005) e do livro: Jörg Gutzwiller - Das Herz, etwas zu wagen, Friedrich Bahn Verlag: Neukirchen-Vluyn, 2000 (ISBN 3761593031).
iii Dois artigos em que Rodney Stark e co-autores discutem este assunto são:
R. Stark - “False conflict,” The American Enterprise, pp. 27 - 33, outubro / novembro 2003.
R. Stark; L. R. Iannaccone; R. Fink - “Religion, science and rationality,” American Economic Review, vol. 86, número 2, pp. 433-437, maio 1996.
iv Muitas referências sobre a relação entre ciência e fé podem ser acessadas a partir das seguintes páginas da Internet (em inglês):
http://www.calvin.edu/~lhaarsma/scifaith.html
Uma página do Prof. Loren Haarsma, do Calvin College, o melhor “Midwestern Comprehensive College” na classificação America's Best Colleges 2007, da revista U.S. News.
http://www.its.caltech.edu/~nmcenter/sci-faith.html
Uma página do Newman Center, no Caltech, a quarta “National University” na classificação America's Best Colleges 2007, da revista U.S. News.
Albert Einstein (1879–1955), ganhador do Prêmio Nobel de Física de 1921

"A todo cientista minucioso deve ser natural algum tipo de sentimento religioso, pois não consegue supor que as dependências extremamente sutis por ele vislumbradas tenham sido pensadas pela primeira vez por ele. No universo incompreensível revela-se uma razão ilimitada. A opinião corrente de que sou ateu baseia-se num grande engano. Quem julga deduzi-la de minhas teorias científicas, mal as compreendeu. Entendeu-me de forma equivocada e presta-me péssimo serviço..."

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

Pressão Social

Pressão Social

Por Robert J. Tamasy

Enquanto crescia era freqüentemente lembrado dos perigos da pressão social e da influência negativa dos que tomam decisões erradas e apresentam comportamentos inaceitáveis. “Você não deve ficar andando por aí com pessoas assim”, diziam meus pais. A pressão social aparentemente era algo muito ruim.
Mais tarde, porém, percebi que pressão social pode ser uma coisa boa: depende de quem escolhemos para nos associar. Isso é verdadeiro para todas as áreas da vida – trabalho, lazer, saúde, espiritualidade. Ao longo de 10 anos de carreira jornalística foi extremamente útil o tempo que passei com pessoas que admirava, como escritores, editores e fotógrafos. Imitava suas habilidades e eles me encorajavam com valioso conhecimento. Para construir uma carreira bem-sucedida seria recomendável passar algum tempo com aqueles que são referência na área pretendida.
Para aprender tênis, por exemplo, ficou claro que eu precisava jogar com quem fosse melhor do que eu, para observar sua técnica e seu jogo e melhorar minha performance. Embora nunca tenha sido grande jogador, competir com adversários melhores, me motivava a fazer o meu melhor. Este princípio se aplica a qualquer área de interesse
Recentemente li num artigo, que uma rede de relacionamento contribui para boa saúde física e emocional. Os que vivem em isolamento e solidão têm 400% de risco maior de morte prematura. Em contrapartida, os que têm o suporte de outras pessoas estão mais bem equipados para vencer problemas graves de saúde. Como ser integral, o lado positivo da pressão social nos beneficia espiritualmente. Tenho tido o privilégio de desfrutar da amizade de homens e mulheres devotados a viver segundo sua fé em Deus. Eles me têm ensinado que a jornada espiritual não consiste apenas em adquirir informação e conhecimento, mas em aprender como integrar crenças e valores à forma como orientamos nossa vida cotidiana.
A Bíblia afirma: “E consideremos uns aos outros para nos incentivarmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de reunir-nos como igreja, segundo o costume de alguns, mas procuremos encorajar-nos uns aos outros” (Hebreus 10.24-25). Vejamos outros pensamentos sobre pressão social:
. Escolha parceiros certos. Sem dúvida vamos ser afetados por aqueles com os quais nos juntamos. É preciso ser seletivo sobre cada um que ocupa nosso tempo. “O homem honesto é cauteloso em suas amizades, mas o caminho dos ímpios os leva a perder-se” (Provérbios 12.26).
. Escolha as qualidades que quer ver em seus amigos. Que traços de caráter você busca em uma amizade? Assim como a tinta que ainda não secou mancha aquilo que tocar, qualidades de caráter daqueles com quem nos associamos também se apegará a nós, para o bem ou para o mal. “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal” (Provérbios 13.20).
. Escolha as qualidades que quer ver em você. Já que a influência de nossas companhias é inevitável, se determinarmos de antemão as características que queremos cultivar em nossa
própria vida, podemos escolher nossos amigos e relacionamentos de forma a nos ajudar a desenvolvê-las. Alguém disse: “É difícil voar como águia, quando se passa tempo com perus”. “O violento recruta o seu próximo e o leva por um caminho ruim” (Provérbios 16.29).

sábado, 26 de julho de 2008

Falando de Jesus






Uma das coisas que mais me chocaram quando comecei a ler os evangelhos tinha a ver com o fato de que Jesus parecia deixar muitas oportunidades de se explicar em aberto. Dava a impressão que Ele não fazia questão de explicar muito.
De fato, Ele apenas afirmava. Ou então simplesmente se retirava. Ou, quando queria tornar “mais fácil”, falava por parábolas. Nesse tempo eu lia os evangelhos “torcendo” por Jesus! Depois comecei a ler livros teológicos, alguns meses após fazer as primeiras leituras dos evangelhos — descobri que era tarefa dos teólogos e apologetas o explicarem essas coisas que nem Jesus e nem os escritores dos evangelhos se ocuparam em explicar.
Nessa época foi que descobri que para um evangélico querendo “evangelizar” alguém, melhor do que qualquer coisa, não se podendo levar a pessoa “a ser ganha” até ao culto para ouvir “a palavra de Deus”, seria dar à pessoa, como presente, um bom livro; pois, parece que será sempre melhor ler um livro que “explique bem as coisas”, do que apenas presenteá-la com os evangelhos. Sim, depois dos teólogos e dos apologetas, parece que Jesus fica mais bem explicado por outros. Sim, melhor do que por Ele mesmo.
De fato, a sensação que dá é a de que Jesus não sabia falar de Jesus. Por isto é que nós temos que ajuda-Lo a se fazer entender. Daí também vem a idéia de que a apresentação de Jesus tem hora marcada, e precisa ser feita por um profissional da apresentação pública de Jesus: o evangelista; ou, depois que este saiu de moda, pelo avivalista; e, agora, pelo showman de Jesus. Sim, porque do ponto de vista da religião Jesus não explica Jesus bem! Além disso, essa falta de explicação de Jesus acerca de muitas coisas que julgamos serem importantíssimas, acaba por justificar a existência das doutrinas da igreja.
As doutrinas é que tornam aquilo que para Jesus nem era um tema, numa questão de natureza essencial para a vida espiritual. E como Ele tratou a quase tudo que nos interessa com total descaso, deixando-nos sem saber de quase nada, e ainda dizendo que não nos competia saber ou procurar saber tempos e épocas que o Pai reservou para Sua exclusiva autoridade — surgiram os estudiosos da Escatologia; os quais, sem cometer a gafe “montanista” ou “adventista” de marcar datas (se bem que muita gente entre os evangélicos tem marcado adventistamente a data da Volta de Jesus), criam esquemas e cronogramas tão detalhados de como será até a Volta do Senhor, que se Jesus simplesmente chegar como o ladrão de noite, eles dirão: “Não deve ser Ele porque todos os sinais não se cumpriram”. Sendo que o “se cumpriram” é conforme o esquema e o cronograma deles.
Então chega a vez dos teólogos-filósofos tentarem explicar de modo sofisticadamente descrente tudo aquilo que eles nem sabem o que é, mas que não crêem; pois, a ciência não apresenta comprovação. Ou seja: eles “enchem” os vazios dos desinteresses deliberados de Jesus com afirmações de um conteúdo de descrença. Mas fica tudo cheio. Cheinho de nada. Embora os livros sejam volumosos. Enfim... Esta seqüência seria quase interminável. Porém, o resultado de tudo isto é que não se aprende apenas a crer no que está dito; e pronto. E pior: nem quando a pessoa lê e entende, ela crê que está entendendo; pois, frequentemente ela entende o oposto do que lhe é ensinado; e, como se fez dependente da “interpretação” dos profissionais de Deus, ela acaba por desistir de seu próprio entendimento, entregando-se cada vez mais a outros; permitindo, assim, que sua consciência e entendimento sejam decididos, contra o próprio entendimento original da própria pessoa, por outras consciências, cada uma com seus próprios interesses; ou, na melhor das hipóteses, com seus próprios pré-condicionamentos.
Assim, digo eu a você: Leia os evangelhos! O que você entender não tema crer e praticar. O que você não entender não tema crer assim mesmo. E se for algo para praticar, ponha em prática; pois, é na pratica da Palavra, acompanhada pela fé, que ela se auto-explica. Mateus diz que quando Jesus enfrentou a morte, muitos dos santos que dormiam no pó da terra, ressuscitaram; e, depois da ressurreição de Jesus, entraram em Jerusalém, e foram vistos por muitos. Para mim basta isto. Aliás, nem era necessário saber. Mas está dito. Eu creio. Não sei quem eram esses santos que se ergueram da morte, nem com que finalidade; e também não posso dizer o que fizeram em Jerusalém; e, menos ainda, quando partiram daqui; ou em que forma, modo ou dimensão... E mais: não tenho o direito de especular a respeito; e, menos ainda, de fabricar uma doutrina baseada nisso; assim como não me sinto com permissão para “encaixar” essa narrativa em nada, fabricando uma escatologia.
O maravilhoso, quando não há uma explicação explicitada, é apenas curtir a maravilha das escolhas de Deus, assim como alguém que se encanta diante do mais maravilhoso cenário ou criatura que na natureza se possa ver ou contemplar. É como um show de Deus! É só explodir em aplausos de adoração perplexa e grata! Desse modo, os antigos estavam certos quando indagados de coisas que não sabiam explicar, e, desse modo, apenas respondiam dizendo: “É maravilha do Senhor! É maravilha do Senhor, irmão!” Para mim essa ainda é a melhor resposta! E mais: Deus fala de Si mesmo, e Jesus também, usando todas as linguagens; dos Cosmos à Palavra; da alegria à dor; dos ganhos às perdas; no nascimento e na morte; no encontro e no desencontro -- enfim, de todas as formas; segundo a Ordem de Melquizedeque.
Nele, que faz como quer; e sábio é quem se alegra nisso,

sexta-feira, 4 de julho de 2008




A Informatica na Educação

No dia 03 de julho de 2008 aconteceu no município de Claro dos Poções, MG. um curso de capacitação em Informática para os professores da Escola Estadual Amâncio...
Foram desenvolvidas oficinas: "Criação de Blog - Um novo ambiente de aprendizagem" e "Telejornal Digital - O aluno como produtor de conhecimento e informação". A segunda fase do curso acontecerá numa mnhã de sábado conforme acordo entre professores e escola.
Os professores: Evanildo Ferreira da Silva e Joseister Castro (Lopes) foram os facilitadores. Essa atividade ocorreu como parte do projeto social desenvolvido pela Missão Batista em Claro dos Poções.
Parabéns à Escola Amâncio pelo interesse e participação.
Prof. Evanildo Ferreira da Silva

A Fama no Púlpito

A fama no púlpito

“O pastor é show!” Com uso da psicologia e auto-aujda uma nova geração de pregadores dá espetáculo e reinventa a fé que mais cresce no Brasil “. (revista veja julho 06)”. Notícias como esta, já não são de se admirar no espaço religioso atualmente. O crescimento do protestantismo favorece na quantidade de novos membros, e pouco se exprime sobre o evangelho da cruz. O evangelho triunfalista tem lotado as instituições religiosas. A busca pela prosperidade vem sendo usada como trunfo para a atração dos fiéis. Não ajunteis para vós tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam; mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consomem, e onde nem os ladrões nem minam nem roubam. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.(MAT 6: 19, 21)”. A intensa procura pelas coisas terrenas, tem deixado o evangelho da cruz em segundo plano, ou pior, nem é mais mencionado nas pregações triunfalista. Buscar primeiramente o reino de Deus e amá-lo sobre todas as coisas e a leitura da palavra divina, vem sendo substituída por uma boa retórica e consultas em livros de auto-ajuda. Com o crescimento avançado de adeptos ao protestantismo, a formação de pastores e líderes religiosos tem crescido na mesma proporção. *A formação destes deveria chegar de 4 a 5 anos, com seminário de teologia mais estágio de um ano na igreja sob supervisão de um ministro , além destes requisitos, o chamado do Senhor era de suma importância. Com o crescente número de adeptos, a formação de pastores para multidões é simplificada com cursos ministrados nas próprias instituições com cursos práticos, tendo como temas: oratória, etiqueta, e gerencia financeira de templos; em nenhum momento é citados estudo da palavra, jejum e oração, e a ordenação do Senhor. Os novos pastores assim chamados são formados em publicidade e propaganda, marketing e em outros setores relacionados à comunicação e a mídia. O pastor tem que aparecer bem na TV. A verdadeira função de pastor não é mais exercida pelos líderes formados pelos pastores celebridades. O número de adeptos ao evangelho triunfalista tem sido relevante, mas são poucos que negam a si mesmo e tomam a sua cruz, e que realmente seguem as pegadas do mestre, são poucos que vão em busca de ajuda espiritual e proteção divina, e esses novos convertidos, ou convencidos, ainda pequenos na fé lotam as igrejas em busca de tesouros passageiros.”Mas, buscai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e as outras coisas vos serão acrescentadas”.(MATEUS. 6:33) “. “O pastor é show!” Mas o mundo não é. Os pastores estrelas, não preparam suas ovelhas para as ciladas que o inimigo tem planejado, e muitas delas realizadas. Os pastores consagrados no Senhor, não deixam de buscar mais conhecimento para seu crescimento intelectual e principalmente espiritual, mas a sua fonte de pesquisa é a leitura da bíblia e a busca de um relacionamento íntimo com o Senhor. Isso reflete na própria igreja; como o pastor é um líder e um exemplo, cabe a nós como corpo de Cristo, zelar pela vida dos nossos pastores, e agradecer a Deus pelos pastores que buscam um relacionamento intimo com o Senhor Jesus e pelo cuidado tido com suas ovelhas, para que não sejam corrompidas pelo evangelho da prosperidade.
Pollyana Gonçalves
*Fonte: Revista Veja, Ed. Abril, ano 39- n 37, 12 de julho de 2006. Pg 76 a 85.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Missões Uma Jornada de Fé

Missões – Uma Jornada de Fé


*Evanildo Ferreira da Silva


“Não ocultei no coração a tua justiça; proclamei a tua fidelidade e a tua salvação; não escondi da grande congregação a tua graça e a tua verdade”. (SALMO 40:10).

Introdução

Um sério problema vem afetando inúmeras igrejas cristãs nas últimas décadas. Parece estar havendo um distanciamento do sentido original da missão que o Senhor Jesus confiou à sua igreja. A pergunta que nunca se cala é: Por que a maioria dos crentes não se envolve efetivamente nas atividades evangelísticas regulares de suas igrejas? Poderíamos apresentar diversas justificativas para essa realidade. Mas o que está mais evidente é, de fato, o desconhecimento e o distanciamento da verdade.

Sobre o problema da verdade, é importante analisarmos a pergunta feita por Pilatos a Jesus. Jesus havia dito a ele: “Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade” (JOÃO 18:37). À luz desta declaração de Jesus, Pilatos então pergunta: “Que é verdade?”. Com esta pergunta ele, cinicamente, levantou a maior dúvida da filosofia, que era a discussão sobre a verdade, o logos (λογος), “razão demonstrativa”. Parafraseando, Pilatos estava dizendo: Você veio dar testemunho de que verdade? Enquanto que para Pilatos a verdade era um objeto, para Jesus, a verdade era uma pessoa. A pergunta seria mais pertinente se o “quem” tivesse sido usado em lugar de “que”. A pergunta mudaria, então, para: “Quem é a verdade?”. A esta pergunta responderíamos: A verdade é uma pessoa, Jesus é a verdade. Essa compreensão estava longe da mente de Pilatos. Tanto é verdade, que ele mudou de assunto rapidamente e não se interessou em ouvir a resposta de Jesus. Sua atitude revelou um absoluto desconhecimento da Verdade

Uma igreja conhecedora da verdade, mas que dela se distanciou, perdeu, conseqüentemente, o sentido de sua existência no mundo. Jesus é o logos divino, é a verdade em sua essência. Anunciar Cristo é anunciar a verdade libertadora. “Disse, pois, Jesus aos judeus que haviam crido nele: Se vós permanecerdes na minha palavra, verdadeiramente, sereis meus discípulos; e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará. (JOÃO 8:31-32). A primeira coisa a se fazer é retornar ao principio fundamental da Verdade que é Cristo. Somente assim poderemos estar inseridos na Grande Comissão. Isso exigirá uma entrega incondicional ao serviço do Mestre e segui-lo fielmente. George Peters, descrevendo sobre os que querem seguir a Cristo, disse: “Seguir a Cristo significa identificarmos diariamente a totalidade de nossa vida com a totalidade da vida de Cristo”. (PETERS, 2001). Seguir a cristo, portanto, exigirá de cada discípulo um relacionamento de amor contínuo com o Senhor, que seja real, pessoal e prático. Na medida em que isso for acontecendo, a identidade de Cristo começará a aparecer na vida de seus discípulos. A partir daí, a Verdade não será apenas anunciada, mas, principalmente vivenciada através de cada discípulo.

I

Uma jornada de fé vivendo a verdade que liberta



O principal ponto que gostaria de apresentar nesse primeiro momento, está relacionado mais uma vez à questão da verdade, a verdade que liberta. E se é uma verdade libertadora, logo, está intimamente ligada à responsabilidade. Nesse sentido, verdade, liberdade e responsabilidade não podem se separar.

O Cristianismo, portanto, precisa receber este novo olhar, ou melhor, o antigo olhar projetado pelo Senhor Jesus. A verdade aqui, do grego, Alethéia, possui uma íntima conexão com a liberdade. Quando Jesus fala sobre a Verdade, associa esta Verdade imediata e diretamente à liberdade: “e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”.

A filosofia existencialista de Paul Sartre diz que “o homem está condenado a ser livre”. Condenado, porque não se criou a si próprio; e, no entanto, livre porque uma vez lançado ao mundo, é responsável por tudo quanto fizer. Para Sartre, ser livre é uma condição para a existência humana, e que a sua existência precede a essência. No uso de sua liberdade o homem é responsável por fazer o bem e, qualquer ação que venha a realizar, que não busque o bem comum, é por ele considerado má fé. O ser humano vive, portanto a angustia de ter nas suas ações o modelo para todos os demais seres humanos. Para Sartre, Deus não existe e o homem só precisa de si mesmo. Não necessita, portanto, de nenhum referencial ético moral ou religioso como fundamento para se orientar no exercício da prática do bem. Ele constrói sua própria existência a partir de si mesmo.

O pensamento cristão contrapõe a esse tipo de existencialismo. Para o cristão, a essência precede a existência, ou seja, há um princípio criador que determina a existência humana. Deus é esse princípio, e é ele mesmo quem estabelece os padrões morais para a existência humana. Assim, podemos perceber que há um outro conceito de liberdade, e este, está associado à Verdade que é Cristo. “... e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. Segundo o pensamento cristão, o existencialismo sartreano é um atentado contra o próprio Cristo e à moral do Evangelho. O cristianismo, então, descreve a liberdade como produto da ação libertadora do filho de Deus. “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”.

De posse dessa compreensão, nossa noção de liberdade não poderá ser separada da Verdade que é Cristo. Somente Cristo liberta verdadeiramente. Somente Cristo nos faz gente, nos faz pessoa. A dignidade humana, portanto, é restaurada na pessoa de Cristo, e nós, que já o experimentamos, nos tornamos responsáveis diretos pela vivência desta verdade libertadora. Viver a verdade que liberta é viver o próprio Cristo em sua essência. Assim afirmou o professor Roberto Crema: “Um ser humano pleno é aquele cuja essência se manifesta na existência”. Se a essência, de fato, se manifesta na existência, cada cristão que tenha passado por uma experiência pessoal com Cristo, a essência da vida, terá a Verdade fluindo do seu interior. Assim, deverá viver essa Verdade da forma mais prática possível. Somente assim poderá produzir libertação a si próprio, e também a outros.

É justamente na medida em que se vive como pessoa que se pode entender a visão cristã. Não esqueçamos que o conceito de Trindade, que é essencial no Cristianismo, consiste precisamente em uma interpretação pessoal de Deus, tão pessoal que é tri-pessoal; isto é: há relações pessoais até dentro da divindade, há uma vida divina que tem uma característica intrinsecamente pessoal. E isto é de capital importância. Essa relação pessoal nos remete a um princípio básico da fé cristã: O novo nascimento. Será através desse princípio fundamental que experimentaremos o verdadeiro evangelho de Cristo.


II

Uma jornada de fé através do verdadeiro evangelho de Cristo


A igreja de Cristo ocupa essa função de produzir uma fé que não se limita nem pode ser aprisionada pelo prazer dos atos litúrgicos em seus “espaços sagrados”. Há um mundo marginalizado à sua volta que sofre e clama por socorro; que geme aguardando a manifestação dos filhos de Deus. Em resposta a esse clamor, o Senhor Deus espera que olhemos para o mundo com o mesmo olhar que Ele tem olhado. Jesus fez assim, quando tomou a forma humana e se misturou com os seres humanos identificando-se com os seus sofrimentos e suas angustias.

Jesus usou a maior parte do seu tempo ensinando doze homens a reproduzirem a verdadeira fé. Sua escola era o mundo, as salas de aulas eram as ruas e o quadro de giz, a sua própria vida. Seus alunos eram as multidões famintas, cansadas e oprimidas, às quais ele dizia: “Venha a mim e eu aliviarei o vosso sofrimento”.

O maior exemplo de uma Igreja viva encontramos em Jesus. Sua igreja sempre estava onde o povo estava; inserida na vida cotidiana de um povo desalentado e sem esperança. Não veio chamar os justos e sim, pecadores ao arrependimento. Não veio para os sãos e sim para os doentes. Por isso ele era achado na maior parte do tempo em meio às multidões oprimidas pelo pecado.

Uma igreja verdadeiramente evangélica é aquela que se ocupa da evangelização. Mas o que é evangelizar? “Evangelizar é: viver com o outro, morrer com o outro para salvar o outro”. O Senhor Jesus espera que a igreja que ele edificou, comprando-a com o seu próprio sangue, seja fiel cumpridora dessa missão inacabada, a missão de propiciar uma vida com dignidade para todos os perdidos, oprimidos e marginalizados.

Para Jesus, cada ser humano era de extraordinário valor, principalmente aqueles para os quais ele mandou dizer a João que o evangelho era pregado: “Aos pobres é anunciado o evangelho”.

Os pecadores eram sua principal preocupação, e via a cada um como gente e não como coisa. A humanidade tem vivido hoje o drama da coisificação do ser, perdendo a cada momento a sua dignidade. Eis a importância da missão integral da igreja do Senhor. Além de vivenciarmos o verdadeiro evangelho de Cristo, e isso de forma prática, precisamos compreender que temos um propósito bem definido: restaurar a dignidade humana.


III

Uma jornada de fé a serviço da dignidade humana


Vê-se que o homem não é coisa; sim, ele tem coisas, faz sua vida com coisas, mas em nenhum sentido ele é coisa... Tem, em certo modo - na medida em que é corpóreo, em que é alguém corporal - uma dimensão natural, isto é fundamental, também. Mas, ele não é nenhuma coisa; ele é perspectiva, é projeto, é missão, é vida constituída da imagem e semelhança de Deus.

Pensar a igreja a partir de Jesus é pensar uma religião que cumpra sua missão de forma integral e que busque o ser humano em sua totalidade. O modelo de igreja cristã que precisamos buscar hoje é o mesmo ensinado pelo próprio Cristo: Uma igreja que seja capaz de olhar o ser humano como humano e não como coisa.

Temos, então, enquanto igreja de Jesus, a responsabilidade de comunicar um evangelho destinado aos pobres, às multidões aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor. Assumir a causa do pobre, do órfão, das viúvas é vivenciar a verdadeira religião. O Senhor Jesus acreditava tanto nisto que não conseguia se apartar das multidões. Estava nEle o compromisso de participar diretamente da dor e do sofrimento de todos os que a Ele se achegavam. Mas não somente isto, Jesus interferia no caminho dos oprimidos, a fim de restaurar-lhes a dignidade.

“Ora, tendo acabado Jesus de dar estas instruções a seus doze discípulos, partiu dali a ensinar e a pregar nas cidades deles. Quando João ouviu, no cárcere, falar das obras de Cristo, mandou por seus discípulos perguntar-lhe: És tu aquele que estava para vir ou havemos de esperar outro? E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos vêem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho”. (MATEUS 11:3-5)

Portadora desta Verdade que liberta, o que a igreja tem feito? Costumo perguntar aos crentes: O que a sua igreja tem feito de meia noite às seis? A resposta tem sido sempre a mesma: - “De meia noite às seis, dormimos”. Hoje já tenho outro questionamento: O que a sua igreja está fazendo de seis à meia noite? A resposta é quase a mesma: - “Durante o dia trabalhamos e à noite estudamos, dormimos ou vamos à igreja”.

Vamos personalizar essa pergunta: O que eu, como igreja de Jesus, tenho feito de seis à meia noite?

Como discípulos de Jesus precisamos ter plena consciência da extensão da Missão. Assim, tenho que me perguntar: Quem vai tirar os moradores das calçadas e das pontes? Como conseguimos dormir profundamente, sabendo que existem pessoas ao relento? Como conseguimos almoçar sossegadamente sabendo que em nossa cidade há pessoas que não têm o que comer? O que estou fazendo para minimizar o sofrimento dessas pessoas. “O que estou fazendo, se sou cristão, se cristo deu-me o seu perdão...”.

Muitos dos pais da igreja foram mortos por acreditarem neste evangelho libertador, o evangelho que salva, que cura e liberta. Crer no Evangelho de Cristo é muito mais do que crer na força de uma ideologia, como muitos o fizeram enfrentando sistemas e regimes políticos altamente opressores. O livro a Era dos Mártires relata o testemunho de centenas de pessoas que foram mortas por defenderem o Evangelho de Cristo, por crerem que em Cristo é possível viver uma vida liberta da escravidão.

Entre os anos de 1964 a 1995, 1700 líderes morreram defendendo a cousa dos pobres, desempregados e injustiçados. Líderes sindicais, religiosos, homens e mulheres que decidiram defender a causa dos oprimidos. Eles fizeram de suas vidas verdadeiros instrumentos libertadores das classes desfavorecidas.

Mas e quanto ao verdadeiro evangelho de Cristo, o que podemos dizer? O grande problema é que temos vivido uma religião apontada apenas para o Céu, nos esquecendo do que disse o Senhor Jesus: Seja feita a tua vontade assim na terra como no Céu. Mas a verdadeira igreja e os verdadeiros crentes são aqueles que exercitam a fé com um olho na Bíblia e o outro na vida.

Jesus expressa bem isso na Parábola do Bom Samaritano, quando condenou a hipocrisia na religião judaica, uma religião liturgicamente perfeita, porém distanciada da Vida. Nessa parábola, o Mestre estava ensinando uma nova ordem religiosa, que não estava presa ao templo, uma religião que se importava com a vida das pessoas.

A Igreja de Jesus era assim: Vivia a serviço do próximo. Nesse sentido precisamos voltar ao passado e aprender um pouco com o mestre Jesus. O serviço ao próximo é algo tão sério que Ele dedicou alguns versos escatológicos importantíssimos a esse respeito:

“Então, dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: Vinde, benditos de meu Pai! Entrai na posse do reino que vos está preparado desde a fundação do mundo. Porque tive fome, e me destes de comer; tive sede, e me destes de beber; era forasteiro, e me hospedastes; estava nu, e me vestistes; enfermo, e me visitastes; preso, e fostes ver-me”. (MATEUS 25:34-36).

Neste texto, Jesus está se referindo ao Juízo Final, e também mostrando através dele algumas atitudes que serão consideradas naquele dia. Ele fala sobre os da direita e os da esquerda, sendo que, os que forem colocados à direta, serão os herdeiros do Reino. Os da direita, particularmente neste texto terão como parâmetro para o Juízo as suas obras realizadas no mundo presente. Há, portanto, uma missão a ser cumprida na terra.

Ninguém é liberto por Cristo da escravidão do pecado para se tornar um mero expectador dos cultos. Somos libertos para libertar a outros. Enquanto igrejas do Senhor Jesus, nós temos a missão de libertar os cativos de seus cativeiros. Jesus disse que somos responsáveis diretos nesse processo libertador e isso é colocado por Ele como um fator identificador para a posse do Reino dos Céus.

Disse o teólogo Gustavo Gutierrez: “A terra é o lugar de encontro de Deus com as criaturas humanas”. Segundo a visão deste teólogo, é neste mundo e não na eternidade que desenvolveremos nossa espiritualidade e o nosso serviço cristão. O monge tibetano Dalai-Lama disse: “Um cobertor que não aquece deixa de ser cobertor”.

Jesus diz aos seus discípulos que servir ao próximo é servir ao próprio Cristo:

“Então, perguntarão os justos: Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te demos de beber? E quando te vimos forasteiro e te hospedamos? Ou nu e te vestimos? E quando te vimos enfermo ou preso e te fomos visitar? O Rei, respondendo, lhes dirá: Em verdade vos afirmo que, sempre que o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes”. (MATEUS 25:37-40).

Um cristianismo que não liberta, deixa de ser cristianismo. Um cristão que diz ter fé e ainda não descobriu o mundo do outro, não sabe o que é ser de Cristo. Descobrir o mundo do outro é descobrir o próprio Cristo. Por isso Jesus coloca este peso de seriedade nos parâmetros do Juízo Final. Omissão de socorro é considerado por Jesus como falta grave.

Há muitos cristãos que ainda não experimentaram a liberdade em Cristo, Estão presos às suas ignorâncias, preconceitos, vivendo um cristianismo que não sai do papel. Se, pois, é a Verdade que liberta, por que a Verdade que está em mim não está produzindo libertação no outro. Até quando?

Há também aqueles que são verdadeiros consumidores de culto. Consomem as energias do pregador, as mensagens, a água e a luz do templo, etc. São incapazes de fazer qualquer coisa que contribua para o reino. São legítimos parasitas. Estes não são livres e, portanto, são infrutíferos. A estes o Senhor Jesus tem a seguinte declaração:


“Então, o Rei dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos. Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber; sendo forasteiro, não me hospedastes; estando nu, não me vestistes; achando-me enfermo e preso, não fostes ver-me. E eles lhe perguntarão: Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, forasteiro, nu, enfermo ou preso e não te assistimos? Então, lhes responderá: Em verdade vos digo que, sempre que o deixastes de fazer a um destes mais pequeninos, a mim o deixastes de fazer. E irão estes para o castigo eterno, porém os justos, para a vida eterna”. (MATEUS 25:41-46)

O Evangelho de Cristo, a verdade que liberta, traz consigo a doce e sublime promessa: “Se, pois, o filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres”. (JOÃO 8:36).


Conclusão


Missões é, de fato, uma jornada de fé, mas nunca algo utópico, um sonho impossível de ser realizado. Devemos considerar em primeira mão aquele que é o Senhor da missão e estarmos unidos a ele sempre. Somos portadores da verdade que liberta e precisamos vivê-la de forma integral. Precisamos também entender que a igreja do Senhor é devedora do anuncio do verdadeiro evangelho de Cristo, e que a dinâmica do anúncio nos remete à compreensão de uma igreja mais viva e inserida na vida cotidiana do povo. Como já mencionado anteriormente, “evangelizar é: viver com o outro, morrer com o outro para salvar o outro”. Este é o exemplo que encontramos em Jesus e, como sua igreja ativa e operante na terra, precisamos reproduzi-lo.

A igreja de Jesus precisa rever o seu conceito de “Missão” e entender que o seu trabalho é o de salvar o homem integral e não somente a sua alma. Assim, deverá inserir em seu programa missionário a visão integral de missões. Deverá investir no resgate de um ser humano escravo de suas angustias, dores e sofrimentos. Para que isso se torne possível deverá, antes de tudo, descobrir o mundo do outro. “Ninguém consegue tirar alguém da lama sem sujar as mãos”. Jesus foi duramente criticado por se misturar com os pecadores, mas, consciente de sua missão, respondeu seguramente: “Os sãos não precisam de médico, e sim os doentes. Não vim chamar justos, e sim pecadores, ao arrependimento”. (LUCAS 5:31-32).

*Evanildo Ferreira da Silva
Pastor da Igreja Batista Monte Sinai
Montes Claros, MG.

sábado, 1 de março de 2008

Fé e Ciência em debate

Fé e Ciência em debate.

A dimensão religiosa do ser humano é algo intrínseco, inevitavelmente ligado à sua essência. Há questões, no entanto, que instigam este ser humano ao debate, como por exemplo, a busca de respostas para as questões existências: “Quem sou eu? De onde venho? Para onde vou?”. Para estas questões, tanto a religião, quanto a ciência, procuram respostas que satisfaçam os anseios e curiosidades da mente humana. De um lado o Evolucionismo com a teoria do big-bang, ou grande explosão, “Modelo atualmente aceito para explicar a evolução cósmica, segundo a qual o universo se teria iniciado em condições de temperatura e de densidade muito elevadas, atenuadas ao longo de sua expansão e do outro”. Do outro lado a religião, sobretudo o Cristianismo, Judaísmo e Islamismo, que defendem a idéia de que o universo tal qual conhecemos foi criado por Deus, conforme a narrativa bíblica do Livro do Gênesis: “No princípio, criou Deus os céus e a terra”. (GÊNESIS 1:1).

Tomando como referência esses dois pressupostos básicos, os alunos das 7ª e 8ª séries das escolas: Escola Estadual Deputado Esteves Rodrigues e Escola Municipal Dominguinhos Pereira, CAIC do bairro Maracanã, estão participando de um fórum debatendo as duas possibilidades sobre a origem do Universo e o surgimento do homem. As atividade consistem de três etapas: 1ª Discussão do tema em sala de aula; 2ª Acesso à Internet http://reliciencia.blogspot.com e comentários sobre texto: “10 perguntas aos Evolucionistas”; e 3ª etapa, entrevistas a pessoas da comunidade de fé, professores, preferencialmente das áreas de História e Ciências, e ou estudiosos do assunto.

Dois objetivos básicos estão propostos nesta atividade. O primeiro, provocar o debate e desenvolver a consciência crítica na construção do conhecimento. O segundo, conhecer e utilizar a Internet como um novo ambiente de aprendizagem, numa proposta pedagógica contextualizada e que corresponda aos estímulos das mentes das crianças e adolescente desta geração movida pelas diversas mídias e novas tecnologias.

A participação tem sido surpreendente e motivadora, principalmente porque numa escola a Internet não está disponível e na outra a Internet não está funcionando. Estão de parabéns os alunos que já marcaram suas participações deixando seus comentários. Assim, esperamos que alunos e professores interajam no debate e estimulem outros a utilizarem os diversos recursos tecnológicos disponíveis para a construção do conhecimento.

Evanildo Ferreira da Silva

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Gente que Faz

Gente que Faz

“A história de um dos homens mais brilhantes que já conheci e que mais marcou a vida das pessoas de sua época. Foram 15 anos totalmente entregues ao serviço do Mestre”.
*Evanildo Ferreira da Silva

No ano de 1931 nasceu Hortêncio Pereira da Silva, na comunidade rural denominada Tabuas, município de Montes Claros, região norte do Estado de Minas Gerais. Mudou-se juntamente com seus pais e familiares para a localidade denominada Baixa Verde, no município de Francisco Sá. Ainda solteiro, Hortêncio tentou a vida nos estados de São Paulo e Paraná, mas não obtendo sucesso, voltou novamente para a sua terra, onde se casou com sua prima Terezinha Ferreira da Silva. A primeira residência do casal foi um rancho feito de palhas de coqueiros e, para a subsistência, trabalhavam no cultivo de algodão.

Contratando alguns camaradas, nome que se dava aos trabalhadores rurais da época, enfrentou a dureza do trabalho no campo. Numa região de terra fértil, porém com muita escassez de água, dependiam totalmente das chuvas e enfrentavam ainda o problema dos escassos recursos financeiros. A senhora Rosa Xavier, irmã de Terezinha, contou-me numa conversa que, para o sucesso da lavoura, o casal tinha que trabalhar muito, dia e noite. “Durante o dia, enquanto Hortêncio e os camaradas trabalhavam no plantio e cultivo de algodão, Terezinha, sua esposa, ficava em casa cuidando da alimentação descascando arroz no pilão e preparando o almoço para os trabalhadores. Durante a noite, com o uso de uma lamparina, o casal combatia as formigas colocando veneno nos formigueiros até alta madrugada”. Um início de muita luta em um ambiente pouco favorável para se constituir e consolidar uma família, tempo em que não havia estrada nem energia elétrica, vivendo apenas do cultivo da terra para a subsistência.

Na década de 1950, o casal Hortêncio e Terezinha decidiu mudar-se para Montes Claros e foram morar de favor na casa da sua tia Rosenda. Enquanto isso, trabalhando como pedreiro, comprou um lote e construiu um pequeno barracão. No dia 16 de dezembro de 1956 nasceu o seu primeiro filho, Waldir Pereira da Silva, o qual foi batizado na Igreja Católica. A partir desse tempo, Hortêncio começou a ter um contato mais direto com o Evangelho. Contratado para trabalhar na construção do templo da primeira Igreja Batista da cidade de Capitão Enéas, levou consigo Benjamin Soares Cruz, seu cunhado, como ajudante naquela obra. Durante o trabalho da construção, foram ambos atraídos pelo evangelho, através da influência do casal de evangelistas Joaquim Ribeiro e Filomena Ribeiro.

No ano de 1957, Hortêncio Pereira da Silva se converteu ao evangelho. Trabalhando na construção da casa de uma família evangélica em Montes Claros, conheceu Helen Jane Crosland, filha do missionário Daniel F. Crosland, a qual consolidou em Hortêncio a sua conversão, encaminhando-o para a Primeira Igreja Batista de Montes Claros. Dois anos depois, na noite do dia 29 de outubro de 1959, ele foi batizado pelo Pastor Feliciano Amaral, juntamente com seu cunhado Benjamin Soares Cruz e alguns outros irmãos. Como membro da Primeira Igreja Batista de Montes Claros, Hortêncio tornou-se um importante líder e cooperador na expansão do Evangelho do Reino na cidade de Montes Claros e região na década de 1960 e início de 1970.

Em 7 de julho de 1960 nasceu o seu segundo filho, Evanildo Ferreira da Silva. No início desse ano, Hortêncio foi chamado para trabalhar como pedreiro no DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas). Pela misericórdia do Senhor, trabalhando durante o dia e estudando à noite, e embora tenha vindo para a cidade com apenas a 4ª série primária, chegou a ser o diretor presidente da Cooperativa do DNOCS, órgão onde trabalhou até a data do seu falecimento. Seu caráter e testemunho cristão marcaram as vidas de incontáveis pessoas do seu convívio em vários segmentos da cidade.

Esta década de 1960 foi também um dos períodos mais relevantes da expansão do trabalho Batista na cidade Montes Claros desde o seu surgimento. O então diácono Hortêncio Pereira da Silva, mais conhecido como irmão Hortêncio, teve um papel fundamental na expansão do Evangelho na cidade, sobretudo no bairro Cintra e adjacências, como em várias localidades e distritos da região. Por intermédio dele e de um grupo de irmãos moradores do bairro Cintra e imediações, iniciou-se um ponto de pregação na casa da irmã Raimunda Ribeiro Rocha, local onde hoje está a 2ª Igreja Batista de Montes Claros. Na época, Hortêncio cedeu também sua casa, a fim de que nela funcionasse uma Escola Bíblica Dominical. Nasceu assim a Congregação Batista no Bairro Cintra, atendendo ao desejo dos moradores daquela região. Movido pela vocação e orientado pelo Espírito Santo, dedicou sua vida ao serviço do mestre, preparando os membros daquela Congregação que logo seria organizada em igreja.

Hortêncio continuou sendo um líder influente e com profundo amor pelas almas, guardando a sã doutrina e criando os filhos no caminho do Senhor. No dia 08 de agosto de 1966 nasceu o seu terceiro filho, Alvimar Pereira da Silva, o que muito alegrou a família.

No dia 27 de março de 1966 foi organizada a 2ª Igreja Batista de Montes Claros com 60 membros. Este evento foi um dos marcos históricos mais relevantes na expansão do trabalho Batista na cidade: a segunda igreja organizada, que mais tarde se tornaria também mãe de outras igrejas e congregações. Os Batistas haviam chegado à região por volta de 1914, na localidade denominada Malhada Grande, município de Juramento. Em 17 de fevereiro de 1918 foi organizada a Primeira Igreja Batista em Malhada Grande, Juramento, localidade próxima a Montes Claros. Mas a consolidação da Primeira Igreja Batista em solo montesclarense se deu no dia 4 de novembro de 1922. Embora já houvesse pontos de pregação em alguns de seus distritos e igrejas organizadas em outras cidades da região, somente 51 anos depois de o trabalho Batista estar instalado em Montes Claros é que foi organizada a Segunda Igreja Batista nessa cidade.

Evangelista nato, Hortêncio aplicou os últimos anos de sua vida espalhando as boas novas de salvação. Além de membro fundador da 2ª igreja Batista de Montes Claros, diácono atuante e vice-moderador da igreja, foi responsável pela implantação de diversos pontos de pregação e congregações nas localidades de Cana Brava, Estreito, Fazenda Recanto, Fazenda São Domingos e Fazenda Arroz, onde hoje continua uma congregação com 23 membros, geração de filhos, netos e bisnetos na fé, os quais ele não chegou a conhecer. Inúmeras viagens evangelísticas foram realizadas nos finais de semana, por terras ainda não alcançadas espalhando a Boa Semente. Contando como o apoio do irmão José Ferreira de Freitas, um caixeiro-viajante que em suas viagens marcava os cultos, trabalhou incansavelmente com recursos próprios na busca pelos perdidos. O irmão Hortêncio tinha também em sua companhia o quarteto Vozes de Vitória, que era uma atração muito importante na dinâmica dos cultos nas localidades por onde passavam.

Sua morte aconteceu no dia 02 de julho de 1972, numa assembléia associacional no templo da 1ª Igreja Batista de Montes Claros, fato curioso que chamou a atenção de todo o povo batista da região. A forma de sua morte significou a realização de um desejo do seu coração. Ele sempre dizia que gostaria de morrer servindo ao Senhor, e de preferência que sua morte acontecesse na igreja. Naquele dia ele havia viajado para a cidade de Janaúba para um culto de aniversário de um sobrinho. Regressando à tarde, fez um passeio com a esposa no Parque de Exposições da cidade, onde foi visto pelos filhos rapidamente. Quando os filhos chegaram em casa ele estava de saída para a assembléia da Associação Batista Norte Mineira. Naquela noite, sua esposa e seus três filhos não o acompanharam. Ele jamais poderia imaginar que aquela seria a última vez que sua esposa e filhos o veriam com vida.

Durante a assembléia, segundo o Pastor Benjamin Soares Cruz, o nome de Hortêncio estava sendo cogitado para presidente. No transcorrer dos trabalhos ele é convidado a orar. Ao encerrar a oração, sentou-se, recostou no ombro de seu cunhado ao lado, e de repente já não estava mais em nosso meio. Providências foram tomadas, mas já era tarde. Deus, o Senhor, o havia levado para si. Hortêncio acabava de encerrar a sua carreira com apenas 40 anos de idade, deixando a esposa e três filhos, um com quinze anos, outro com onze e outro com apenas cinco anos. A cidade de Montes Claros ficou chocada com sua morte e os batistas haviam perdido um de seus grandes evangelistas. Incansável, lutador e apaixonado pelas almas perdidas, seu nome com toda a certeza está hoje na galeria dos santos que gastaram os seus dias servindo ao Senhor da seara.

*Evanildo Ferreira da Silva
Pastor da Igreja Batista Monte Sinai
Montes Claros - MG

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

Evolucionismo ou Criacionismo?

10 Perguntas aos Evolucionistas


1. Quando o "Big Bang" (or "big bunk"!) [isto é, "grande baboseira"!] supostamente começou o universo -- o que foi que explodiu? Donde veio o primeiro pedaço de matéria, se não de Deus? Donde veio a energia que causou a explosão? Donde veio o espaço para dentro do qual a explosão se expandiu?

2. De que maneira pernas evoluíram para asas sem evoluir primeiramente para [alguma coisa] parcialmente perna, parcialmente asa? Tal [aleijão] seria inferior, para se locomover, a qualquer uma das duas [alternativas de membros] totalmente desenvolvidas. Aquela [forma transitória] não tornaria a extinção mais provável [que tudo], pelo fato de esta criatura ter mais dificuldade em buscar comida e em fugir de predadores? (A mesma pergunta pode ser feita para escamas e penas, ou guelras e pulmões, e outros órgãos).

3. O que evoluiu primeiro: as plantas, ou os insetos que as polinizam?

4. O que veio primeiro: a mensagem do DNA, ou o [seu] portador que é o RNA, ou a proteína, uma vez que a produção de cada um deles requer que os outros dois já estejam presentes?

5. Para que a ameba sequer se incomodaria de evoluir para criaturas "mais avançadas" tais como o dodô e os dinossauros, uma vez que estas vieram a ser extintas, enquanto que a ameba ainda está por ai?

6. De que forma a vida aprendeu a se auto reproduzir, ou, ao menos, saber que havia esta necessidade?

7. Com quem cruzou a primeira célula capaz de se reproduzir?

8. Por qual motivo algo se reproduziria naturalmente, uma vez que, com isto, apenas criaria disputa por comida, por espaço ambiental e por recursos, e uma necessidade de prover e trabalhar em benefício deles [os seus descendentes]?

9. O que surgiu primeiro: o sistema digestivo; a comida a ser digerida; o conhecimento da necessidade de alimento; a habilidade de achar alimento; o saber o que é alimento, o que consumir e de que forma consumir; os sucos gástricos; ou a habilidade do corpo em não ser destruído pelos mesmos ácidos que digerem o seu alimento?

10. Como as baleias sabem nascer propositadamente "emborcados" [estando também na posição "cauda primeiro", sendo ejetadas velozmente, e nadando celeremente para a superfície, bem próxima] para não serem afogadas durante o parto? Mamíferos nascem na posição "cabeça primeiro" [e "desemborcados"] (exceto em abortos de partos parciais, onde os bebês são virados ao contrário [pelo "médico"], com a finalidade de poderem ser assassinados ao terem os seus cérebros sugados por máquina aspiradora). Por acaso todas as baleias bebês se afogaram até a evolução descobrir que baleias não podiam nascer da mesma forma que os demais mamíferos? Lembre, elas teriam menos do que uma geração para fazer a devida correção evolutiva, pois uma geração de baleias afogadas teria causado a extinção da espécie.



*** Estas [perguntas] deveriam ser um desafio para a maioria dos evolucionistas que em geral não conseguem explicar "quem veio primeiro: o ovo ou a galinha?"



Teno Groppi


Tradução e explicações adicionais [entre colchetes] de Waldemar Janzen http://www.origemedestino.org.br/ "Origem e Destino", jun.2001